Em um mundo onde as notícias de abuso muitas vezes se perdem em meio à indiferença coletiva, o filme “Indiferença” emerge como um poderoso grito de alerta e um convite à reflexão. Baseado em um caso real ocorrido em um abrigo em Muzaffarpur, Bihar, o filme dirigido por Pulkit, com roteiro de Jyotsana Nath e o próprio Pulkit, adentra o delicado tema do abuso sexual infantil com uma narrativa crua e impactante.
“Indiferença” segue a trajetória de Vaishali Singh, interpretada magistralmente por Bhumi Pednekar, uma jornalista destemida e determinada a desvendar a verdade por trás dos casos de abuso encobertos em um abrigo para meninas. A trama é inspirada em fatos reais e nos convida a olhar de frente para as falhas de uma sociedade que, por vezes, escolhe fechar os olhos para o sofrimento dos indefesos.
Além da atuação estelar de Pednekar, “Indiferença” conta com performances notáveis de Aditya Srivastava, Sanjay Mishra, Sai Tamhankar, Surya Sharma e Chittaranjan Tripathy, que juntos compõem o cenário complexo e emocionalmente carregado da história. A atuação de Aditya Srivastava, como o antagonista Bansi Sahu, merece destaque especial pela capacidade de evocar um senso de ameaça e repulsa, crucial para a dinâmica do filme.
O filme não apenas expõe as feridas abertas do abuso sexual infantil, mas também celebra o jornalismo investigativo como ferramenta de mudança social. “Indiferença” questiona a responsabilidade da sociedade em proteger suas crianças e incentiva o espectador a refletir sobre seu próprio papel frente às injustiças.
Apesar de sua narrativa por vezes arrastada, “Indiferença” é uma obra que se destaca pela coragem de abordar um tema tão delicado e pela mensagem poderosa que transmite. As mais de duas horas de projeção são justificadas pela profundidade com que o tema é tratado, fazendo de “Indiferença” um filme necessário, especialmente em tempos de crescente conscientização sobre os direitos das crianças.
Em resumo, “Indiferença” é mais que um filme; é um convite à ação e à empatia, lembrando-nos da importância de não virar a cara para o sofrimento alheio. É uma obra que merece ser assistida, discutida e lembrada.