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O Festival de Cinema de Veneza deste ano resgata o erotismo e traz de volta a sensualidade ao grande palco, apresentando uma variedade de expressões sexuais em uma celebração que promete muito mais do que a mera exibição de corpos. Prepare-se para mergulhar em um universo vibrante, onde o desejo é explorado de maneira ousada e estimulante!
Entre os filmes mais comentados, destacam-se “Bebezinha”, de Halina Reijn, e a série de Alfonso Cuarón, “Isenção de responsabilidade”. Com momentos de intensa paixão e liberação sexual, “Bebezinha” abre com cenas de orgasmos e traz Nicole Kidman em uma atuação audaciosa, interpretando uma CEO que se aventura em um mundo de BDSM, desafiando não apenas sua carreira, mas também suas próprias fronteiras.
Logo ao lado, “Queer”, uma adaptação do romance autobiográfico de William S. Burroughs, apresenta Daniel Craig como um expatriado americano que se vê consumido pela obsessão por um jovem marinheiro bissexual, interpretado por Drew Starkey. Diretamente influenciado pelos clássicos do gênero, o filme examina a complexidade do amor em uma época em que eram escassas as palavras para descrever o que aquelas almas desejavam.
De forma surpreendente, o filme italiano “Diva Futura”, de Giulia Louise Steigerwalt, presta homenagem ao legado de um estúdio pornô famoso, enquanto “Amor”, do norueguês Dag Johan Haugerud, mergulha em uma análise verbal do sexo que contrasta com as expectativas sociais. Aqui, o cinema sexy não se limita à apresentação do ato, mas busca explorar os desejos e as vozes dos personagens em uma conversa franca sobre o que realmente desejam no campo íntimo.
“Às vezes, como público, eu só quero ver um filme que me faça sentir”, declarou Reijn ao Hollywood Reporter, ressaltando a intenção de criar experiências visuais que sejam também gaudy e provocativas. E a empolgação também está no ar, como observou Starkey: “Parece que o festival está pegando fogo este ano!”
O que se vê em Veneza reflete uma transição significativa em relação ao sexo no cinema. Nesta nova onda, a ênfase não recai sobre a ruptura de tabus como nos anos 70, com trabalhos que buscavam chocar o público, mas sim em um entendimento mais profundo e terapêutico das relações. “Bebezinha” se conecta com thrillers eróticos dos anos 90, enquanto quer explorar a sexualidade feminina sob uma nova luz.
A diretora Halina Reijn destaca que sua intenção é apresentar uma visão positivo e feminista sobre os relacionamentos. Assim, “Bebezinha” não é só um thriller sexy, mas um convite a refletir sobre a forma como as mulheres desfrutam de suas liberdades. É uma oferta de entretenimento que vai além do que se vê na tela.
Em “Isenção de responsabilidade”, a escrita de Cuarón também ressignifica as cenas de sensualidade, transformando clichês em um convite para degustar novas realidades sobre o amor e a atração. As interações explosivas entre os personagens revelam mais do que superficialidade: elas convidam o espectador a refletir sobre como o desejo pode ser complexo e, muitas vezes, não satisfeito.
Por fim, o filme “Amor” desafia os padrões convencionais ao discutir sexualidade sem a necessidade de exibi-la. Seu diretor, Haugerud, utiliza diálogos autênticos para debater os nuances do sexo e como isso se encaixa nas vidas dos personagens, provando que conversas abertas e honestas podem ser muito mais impactantes do que qualquer cena explícita.
Veneza, assim, se transforma em um ambiente onde o diálogo sobre sexualidade é mais forte do que a imagem: um convite a repensar não apenas o que é sexy, mas o que significa amar e se conectar em um mundo cada vez mais complexo.
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