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Crítica de ‘The Order’: Jude Law e sua jornada intrigante contra neonazistas

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Em um cenário emblemático de 1983, o apresentador de rádio Alan Berg (interpretado por Marc Maron) ganha fama nas ondas do Colorado, atacando de forma hilária os chamadores com ideais racistas. Enquanto isso, no noroeste do Pacífico, uma série de assaltos armados agrava a preocupação pública, exacerbada pela possibilidade de uma conexão com grupos de supremacia branca. É nesse pano de fundo inquietante que se desenrola A Ordem, uma obra de Justin Kurzel que mistura ação e drama policial, onde o agente fictício do FBI Terry Husk (vivido por Jude Law) vai em busca de respostas que ressoam com ecos perturbadoramente contemporâneos.

Descubra o Enredo de A Ordem

Baseado no livro de não ficção dos anos 80, A Irmandade Silenciosa, de Kevin Flynn e Gary Gerhardt, o filme retrata um verdadeiro grupo dissidente supremacista branco. Apesar de sua seriedade, A Ordem é carregado de entretenimento, mesmo que o termo “diversão” seja delicado para um tema tão crítico. Kurzel opta por deixar de lado o tom sombrio que o caracteriza e nos entrega uma narrativa de ação hollywoodiana repleta de emoção.

O desempenho de Jude Law é um dos grandes destaques: ele vive um policial que coloca o trabalho acima de tudo, mesmo que isso o leve a conflitos internos intensos. O longa se abre com a satírica visão de Berg, que caminha entre o absurdo e o aterrador, enquanto neonazistas eliminam um dos seus que não soube se calar. A voz de Berg se torna a narrativa guia, alertando sobre a insidiosa normalização da supremacia branca no cotidiano americano.

Conforme a história avança, seguimos duas personalidades centrais: Terry Husk, que se transfere para uma unidade do FBI em Idaho, e Robert Jay Matthews (Nicholas Hoult), o carismático líder da Ordem. O filme nos apresenta uma luta de gato e rato, onde Husk tenta desmantelar um plano de assaltos que financia uma agenda terrorista. O contraste entre Husk, um agente solitário, e Bob, que é cercado por seguidores e tem uma vida familiar, cria uma dinâmica intrigante que impulsiona a narrativa. Em um mundo onde o orgulho branco está em destaque, Husk e o novo policial Jamie Bowen (Tye Sheridan) se lançam na investigação, mas sempre com Bob um passo à frente.

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A Análise de A Ordem e Sua Representação da Supremacia Branca

A Ordem oferece uma leitura direta e impactante sobre a temática da supremacia branca, chacoalhando as estruturas de um gênero que oscila entre a comédia e a tragédia. Enquanto o filme pode ser comparado a Homem Negro da Klan de Spike Lee, a abordagem de Kurzel é mais focada na ação e na perseguição, deixando de lado uma análise mais profunda sobre as experiências raciais que marcam a história. Mesmo quando a personagem de Jurnee Smollett se apresenta como a única voz negra do filme, sua presença se torna quase superficial, sem explorar os desafios que a supremacia branca impõe à sociedade.

A estrutura narrativa se concentra no fascínio do culto supremacista e a busca obsessiva dos personagens, mas carece de exploração de ideologia; enquanto os neonazistas falam sobre suas frustrações e percepções de perda, Karzel opta por uma abordagem mais utilitária. O romance neonazista Os diários de Turner aparece de forma recorrente ao longo do filme, ligando o passado e o presente. Essa conexão sugere que o extremismo não está isolado no tempo, mas é um eco de eventos e ideologias que ainda persistem.

O Brilho Final de Kurzel em A Ordem

Ainda que A Ordem possa ser visto como um filme B disfarçado de drama de prestígio, muitos argumentariam que este é a melhor obra de Kurzel até o momento. O artista parece ter finalmente encontrado um equilíbrio entre o entretenimento leve e as preocupações mais obscuras de suas narrativas anteriores. Jude Law se destaca em um papel que mescla tristeza e tensão, enquanto Hoult apresenta um antagonista que é tão carismático quanto ameaçador, criando uma tensão eletromagnética em suas interações escassas mas impactantes.

O ritmo frenético do filme, acompanhado pela trilha sonora marcante de Jed Kurzel, apresenta uma clara metamorfose no estilo do cineasta. Em meio a tiroteios e perseguições eletrizantes, A Ordem instiga reflexões sobre um tema crítico e atual, garantindo que o espectador se mantenha na ponta da cadeira. Com lançamento planejado para 6 de dezembro, a expectativa sobre o impacto desse filme, que ecoa eventos históricos e contemporâneos, é palpável.

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