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Quando o assunto é cinema, poucos têm uma trajetória tão fascinante quanto Ethan Hawke. Recentemente, o ator e diretor compartilhou seus pensamentos sobre a indústria cinematográfica durante uma master class no Festival de Cinema de Veneza, onde mergulhou nas alegrias, desafios e na magia que envolvem a produção de filmes, desde os independentes até os blockbusters como Guerra nas Estrelas e Harry Potter.
Em uma sessão que foi transmitida ao vivo, Hawke recordou a primeira vez que esteve em Veneza, aos 18 anos, para a estreia de Sociedade dos Poetas Mortos. Ele descreveu a experiência como mágica: “Você podia sentir o filme lançando um feitiço, e a resposta do público era palpável.” Para ele, trabalhar com Peter Weir foi um momento transformador na sua carreira, onde aprendeu não apenas sobre atuar, mas sobre o poder da imaginação coletiva em cinema. “É impressionante como um grupo pode se unir em torno de um sonho e, quando isso acontece, a magia é poderosa,” refletiu Hawke.
Hawke também abordou um ponto importante com um toque de humor: “Ser ator é uma lâmina de dois gumes. Embora a fama venha a reboque do sucesso, a verdadeira alegria está em desaparecer e se fundir ao sonho que a história apresenta.” Ele enfatizou a importância de se conectar com o público, e foi com essa paixão que deixou Veneza aos 18 anos, desejando ardentemente fazer filmes sem parar.
Durante a conversa, Hawke refletiu sobre sua experiência em trabalhar com diretores, reconhecendo um desequilíbrio importantíssimo: “Tive o privilégio de trabalhar com muitos homens, mas a verdade é que minhas colaborações com diretoras são muito limitadas. Isso é constrangedor não apenas para mim, mas para toda a indústria.” Essa confrontação honesta mostra a necessidade de um panorama mais inclusivo no mundo do cinema.
Em meio às reflexões, Hawke expressou seu respeito por cineastas visionários que arriscam tudo por suas paixões, citando Francis Ford Coppola como um exemplo de devoção criativa ao auto-financiar obras-primas como Megalópole. “A ganância pode governar o nosso mundo, mas é gratificante quando os cineastas seguem seus sonhos, mesmo quando isso significa enfrentar enormes obstáculos financeiros,” ele disse, ressaltando a importância de fazer filmes que realmente ressoem com o coração e a alma das pessoas.
Hawke também falou sobre sua contínua colaboração com Richard Linklater, que lhe proporcionou uma nova perspectiva e uma “relação adulta” com o cinema. Com a produção de vários filmes juntos, o ator ressaltou: “Linklater não é um diretor que busca a glória. Ele ama o que faz e sempre busca aprender e evoluir no meio.” Para Hawke, essa paixão pelo cinema e pelo aprendizado é o que verdadeiramente importa.
O ator não hesitou em compartilhar os desafios emocionais que enfrentou ao longo de sua carreira. Ele afirmou que já sentiu inveja e frustração ao ver outros filmes extraordinários sendo realizados, mas enfatizou a importância de transformar esses sentimentos em algo positivo. “A cada novo projeto, percebemos que o sucesso de um é uma porta que se abre para todos,” disse. “É uma luta constante, mas uma que vale a pena.” Hawke também está prestes a ser homenageado no Festival de Cinema de Lucca e apresentará seu último trabalho, Gato Selvagem, onde teve a oportunidade de dirigir sua filha, Maya.
Com um olhar genuíno sobre as nuances do cinema, Hawke capturou o coração da audiência, unindo a paixão pelo cinema com suas experiências e aprendizados ao longo dos anos. Sua jornada é um lembrete de que, na magia do cinema, cada passo dado é um convite a novos sonhos e inspirações.
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